Um
causo bastante intrigante é o da cobra siri, uma cobra cuja dieta é peculiar e
praticamente inacreditável. Minha mãe conta que uma vizinha nossa, em certa
tarde, deitou-se com seu bebê em uma esteira no quintal de casa e adormeceu.
Passada boa parte da tarde, a mulher acordou com algo que sugava seu seio, e já
pensando que se tratava do seu filho recém-nascido, começou a se ajeitar na
direção da criança. Porém, tamanho foi seu susto ao ver que não era seu bebê
que mamava, mas sim uma cobra siri. Ao mesmo tempo em que a ardilosa cobra se
deliciosa com o leite da mulher, também evitava que a criança chorasse,
colocando seu rabo na boca do menino. A mulher ficou horrorizada ao perceber que
a cobra continuava ali se alimentando de seu leite, e, às vezes, até parecia
ameaçá-la com seus olhos de serpente, esperando por um movimento brusco da
mulher para picá-la ou fazer algum mal a sua criança. A mulher, no entanto, já
conhecendo outras histórias de cobras siris, esperou calmamente por longos minutos,
até que a cobra ficou saciada, largou seu seio, retirou o rabo da boca da
criança, e finalmente se embrenhou no mato alto.
Muitas mulheres, que moravam
nos sítios e engenhos, ficavam apavoradas quando tinham bebês novinhos, pois se
dizia que a danada da cobra era atraída pelo cheiro do leite materno. Imagine
só, além de todas as dificuldades durante o resguardo, uma cobra faminta por
leite de peitos desprevenidos, aparecendo no cochilo da tarde e ninando seu
bebê com a própria cauda servindo de chupeta!
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