A
Comadre Florzinha é uma daquelas assombrações tipicamente pernambucanas, uma
entidade protetora das matas, das plantas e dos animais silvestres, que habita(va)
desde grandes florestas até capoeiras perdidas no meio de plantações de cana de
açúcar, ou mesmo um bonito quintal cheio de florezinhas coloridas e muita folhagem.
Tia Ana conta que sua mãe, Dona Júlia,
lá no Alto da Foice, mesmo lugar onde o fabuloso Tutu realizava suas peripécias
nos anos 40, costumava ver a Comadre Florzinha no aceiro de uma mata, que havia
atrás de sua casa. Os moradores locais frequentemente deixavam mel em uma
tigela para a Comadre, uma espécie de agrado para ela não se irritar e sair
açoitando os cachorros ou mesmo as pessoas com seus longos cabelos em dolorosas
cipoadas. Essa entidade também aparecia comumente nos engenhos e, lá em Ponte
dos Carvalhos, também fazia suas aparições. Duas vizinhas nossas viram, por inúmeras vezes, a Comadre Florzinha
nos quintais das casas da vizinhança, fosse passeando entre os jardins
floridos, maltratando algum cachorro moribundo com seus longos e brilhantes
cabelos louros, ou mesmo brincando com algumas crianças que achavam que ela era
uma menina comum desse mundo dos encarnados. Eu nunca vi a tal da comadre, mas
lembro-me que, quando criança, não eram raras às vezes em que uma amiga minha
desmaiava por ter visto a tal da menina lá em sua casa, fosse no quintal ou no
jardim. Em meio a uma brincadeira, quando ela esbugalhava os olhos e ficava amarela que nem barro, era certeza que ela tinha avistado a Comadre.
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